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Caracterização da “mistura” na pesca de arrasto de parelha no Estado de São Paulo*

Marcelo Ricardo de Souza

Marcus Henrique Carneiro

Gustavo Quirino-Duarte

Gilberto José de Melo Servo

 

A frota de arrasto de parelha contribui com mais de 60% da captura de peixes demersais no Estado de São Paulo, desembarcando principalmente nos municípios de Santos e Guarujá.1;2 Esta pescaria é reconhecida como ativa e multiespecífica, e de difícil ordenamento por capturar um grande número de espécies com parâmetros populacionais inter-relacionados, necessitando de constantes estudos.2,3,4

 

Nos desembarques, observa-se a separação do pescado de duas formas distintas: uma corresponde às categorias de espécies de valor comercial e outra, à categoria denominada “mistura”, composta por espécies de baixo valor comercial, bem como indivíduos de pequeno porte das espécies comercialmente importantes.2

 

Desde o primeiro registro de controle da produção pesqueira marinha para o estado de São Paulo, em 1944, a “mistura” contribuía de forma significativa nos desembarques, ficando atrás apenas da sardinha.5

 

Para o período de julho de 1958 a junho de 1959, registrou-se o volume de 1.915 toneladas de “mistura” desembarcado em Santos. Deste, 75% foi desembarcado pela frota de parelha.6 Para esta frota, a captura de “mistura” entre 1990 a 1995 representou mais de 20%7; em 1998, 48%, e em 1999, 66%.8

 

Neste trabalho, procurou-se analisar a composição da “mistura” desembarcada pela frota de parelha no Estado de São Paulo, bem como avaliar sua importância nos desembarques totais. As informações permitiram estimar a participação das espécies, bem como o incremento na produção extrativa total do Estado.9

 

Foram acompanhados 24 desembarques que representaram 12% dos desembarques da frota de parelha no período (2001 a 2002). A frota avaliada atuou entre as profundidades de 10 e 55 metros e distâncias da costa de 3 a 30 milhas náuticas. Cada viagem teve em média 10 dias de pesca, com 4 lances/dia e duração média de 4 horas e 23 minutos cada lance, realizados no período diurno e noturno. O limite de atuação das parelhas amostradas foi entre a Ilha Diâncola (RJ) (20°20’S) e Itajaí (SC) (26°50’S), mantendo-se dentro dos limites de atuação da frota.10,11 A frota atuou mais na área entre a Ilha de Bom Abrigo e a Ilha da Vitória, sendo a região de Bom Abrigo identificada como uma das principais regiões de desova para várias espécies da família Sciaenidae, alvos da frota de parelha.2

 

Resultados

Estudos verificaram a relação entre a captura da “mistura” e a proximidade da costa, explicado pelo fato de as embarcações rejeitarem-na quando a pescaria ocorria a grandes distâncias, pelo seu baixo valor comercial e custo da viagem.6 Tal fato não é observado nos desembarques atuais. A maior aceitação no mercado consumidor, aliada ao declínio dos rendimentos das espécies de interesse, tornou a “mistura” uma alternativa para melhorar a rentabilidade, evidenciando a exaustão dos estoques costeiros tradicionais que antes sustentavam as pescarias.

 

O peso total amostrado foi de 481,5 kg, representados por 3.287 indivíduos de 58 espécies, pertencentes a 25 famílias. Das famílias identificadas, Sciaenidae foi a mais representativa em número de espécies (n=14), seguida da Carangidae (n=8). Estas duas famílias se apresentam como as mais representativas em estudos anteriores.12,13

 

As espécies com maiores ocorrências foram Micropogonias furnieri (95,8%), Menticirrhus americanus (83,3%), Peprilus paru e Cynoscion jamaicensis (62,5%) e Chaetodipterus faber (50%) (tabela 1). A importância de M. furnieri e M. americanus confirma o observado em estudos sobre a categoria.2,6,7,12,13,14,15,16

 

Tabela 1 – Índice de Importância Relativa (IRI), percentual em número (%N), peso total (%Pt) e freqüência de ocorrência (%FO) das espécies identificadas na “mistura” entre jun/2001 a mai/2002

Famílias

Espécies

N

Pt (g)

%N

%Pt (g)

%FO

IRI

%IRI

Sciaenidae

Micropogonias furnieri

975

162126

29,66

33,67

95,83

6069,73

43,680

Menticirrhus americanus

999

125555

30,39

26,08

83,33

4705,88

33,865

Cynoscion jamaicensis

41

3467

1,25

0,72

62,50

122,97

0,885

Paralonchurus brasiliensis

30

2418

0,91

0,50

45,83

64,85

0,467

Ctenosciaena gracilicirrhus

22

1285

0,67

0,27

37,50

35,11

0,253

Larimus breviceps

37

5502

1,13

1,14

20,83

47,26

0,340

Umbrina canosai

13

3292

0,40

0,68

20,83

22,48

0,162

Umbrina coroides

8

1608

0,24

0,33

12,50

7,22

0,052

Nebris microps

8

1098

0,24

0,23

12,50

5,89

0,042

Macrodon ancylodon

2

311

0,06

0,06

8,33

1,05

0,008

Stellifer rastrifer

2

188

0,06

0,04

8,33

0,83

0,006

Cynoscion guatucupa

2

149

0,06

0,03

8,33

0,76

0,006

Cynoscion leiarchus

1

259

0,03

0,05

4,17

0,35

0,003

Cynoscion virescens

1

124

0,03

0,03

4,17

0,23

0,002

Stromateidae

Peprilus paru

359

39298

10,92

8,16

62,50

1192,76

8,584

Carangidae

Chloroscombrus chrysurus

44

4910

1,34

1,02

37,50

88,44

0,636

Trachinotus carolinus

13

3721

0,40

0,77

20,83

24,34

0,175

Selene setapinnis

9

1840

0,27

0,38

20,83

13,67

0,098

Oligoplites saliens

8

2046

0,24

0,42

12,50

8,35

0,060

Caranx crysos

5

855

0,15

0,18

12,50

4,12

0,030

Selene vomer

4

601

0,12

0,12

12,50

3,08

0,022

Decapterus punctatus

5

347

0,15

0,07

4,17

0,93

0,007

Selar crumenophthalmus

2

95

0,06

0,02

4,17

0,34

0,002

Haemulidae

Conodon nobilis

45

7239

1,37

1,50

37,50

107,72

0,775

Orthopristis ruber

45

8752

1,37

1,82

25,00

79,67

0,573

Pomadasys corvinaeformis

7

586

0,21

0,12

8,33

2,79

0,020

Haemulon steindachneri

1

221

0,03

0,05

4,17

0,32

0,002

Sphyraenidae

Sphyraena guachancho

120

18227

3,65

3,79

41,67

309,86

2,230

Ephippididae

Chaetodipterus faber

75

18107

2,28

3,76

50,00

302,13

2,174

Ophidiidae

Ophidion holbrooki

117

17144

3,56

3,56

33,33

237,34

1,708

Gerreidae

 

Diapterus rhombeus

19

2277

0,58

0,47

33,33

35,03

0,252

Eucinostomus gula

24

2549

0,73

0,53

16,67

20,99

0,151

Eucinostomus argenteus

5

547

0,15

0,11

12,50

3,32

0,024

Diapterus auratus

1

166

0,03

0,03

4,17

0,27

0,002

Pomatomidae

Pomatomus saltatrix

55

6986

1,67

1,45

37,50

117,16

0,843

Serranidae

Diplectrum formosum

40

5377

1,22

1,12

29,17

68,07

0,490

Diplectrum radiale

2

319

0,06

0,07

4,17

0,53

0,004

Epinephelus niveatus

1

235

0,03

0,05

4,17

0,33

0,002

Sparidae

Calamus penna

1

296

0,03

0,06

4,17

0,38

0,003

Pagrus pagrus

53

12737

1,61

2,65

16,67

70,97

0,511

Triglidae

Prionotus punctatus

19

4914

0,58

1,02

41,67

66,61

0,479

Mullidae

Mullus argentinae

14

1049

0,43

0,22

20,83

13,41

0,097

Upeneus parvus

2

137

0,06

0,03

8,33

0,74

0,005

Paralichthydae

Paralichthys patagonicus

6

1205

0,18

0,25

12,50

5,41

0,039

Syacium papillosum

2

157

0,06

0,03

8,33

0,78

0,006

Syacium micrurum

1

51

0,03

0,01

4,17

0,17

0,001

Scombridae

Scomberomorus brasiliensis

6

1965

0,18

0,41

16,67

9,84

0,071

Priacanthidae

Priacanthus arenatus

5

1570

0,15

0,33

12,50

5,98

0,043

Percophidae

Percophis brasiliensis

8

2069

0,24

0,43

8,33

5,61

0,040

Lutjanidae

Rhomboplites aurorubens

6

432

0,18

0,09

4,17

1,13

0,008

Lutjanus synagris

2

818

0,06

0,17

4,17

0,96

0,007

Muraenesocidae

Cynoponticus savanna

2

2552

0,06

0,53

4,17

2,46

0,018

Dactylopteridae

Dactylopterus volitans

5

585

0,15

0,12

8,33

2,28

0,016

Ariidae

Genidens barbus

2

386

0,06

0,08

8,33

1,18

0,008

Gempylidae

Thyrsitops lepidopoides

2

156

0,06

0,03

8,33

0,78

0,006

Branchiostegidae

Caulolatilus chrysops

2

190

0,06

0,04

4,17

0,42

0,003

Phycidae

Urophycis brasiliensis

1

300

0,03

0,06

4,17

0,39

0,003

Clupeidae

Harengula clupeola

1

61

0,03

0,01

4,17

0,18

0,001

 

Total

3287

481457

 

 

 

13896

 

 

Em relação à contribuição em peso, M. furnieri e M. americanus representaram mais que 50% do total amostrado. No caso de M. furnieri, verifica-se que sua importância aumentou consideravelmente, podendo estar relacionada ao aumento dos desembarques de indivíduos de pequeno porte e à diminuição da rejeição no cruzeiro de pesca, dado o declínio das capturas de recursos tradicionais na última década (tabela 02).

 

Tabela 2 – Percentual de importância em peso de M. furnieri e M. americanus na “mistura” em diferentes estudos

 

M. furnieri

M. americanus

12Coelho et al (1995)

10,1 %

15,2 %

15Castro et al (1996)

8,5 %

16,4 %

2Castro (2000)

9,8 %

14,8 %

Atual

33,6 %

26,0 %

 

Com base no percentual de IRI (tabela 02), apenas três espécies tiveram valores acima de 5%: M. furnieri (43,7%), M. americanus (34%) e P. paru (8,6%). Em estudo anterior, seis espécies passaram os 5%: M. americanus (24,8%), C. nobilis (15,5%), M. furnieri (14,7%), Larimus breviceps (10,2%), Pomadasys corvinaeformis (9,8%) e Orthopristis ruber (7,2%).2 Isto mostra que, apesar de a categoria “mistura” ainda ser composta por um número expressivo de espécies, poucas possuem alta representatividade.

 

            A categoria “mistura” desembarcada pela frota de parelha é composta por grande número de espécies. Porém M. furnieri, M. americanus e P. paru são dominantes, representando 71% em número de indivíduos e 68% em peso do total amostrado.

 

A presença de M. furnieri e M. americanus, em grande quantidade nesta categoria, mostra a necessidade da inclusão de suas capturas discriminadas nos sistemas de controle de produção. Assim, evitam-se subestimações nas análises e melhora-se o nível das informações que subsidiam as tomadas de decisões do manejo dos recursos pesqueiros e das pescarias.

 

Muitas espécies presentes na “mistura”, quando em grande quantidade ou de grande porte, são desembarcadas de forma isolada. Das 58 espécies identificadas, 35 foram desembarcadas pela frota de parelha como categoria isolada no período de estudo.17 A tabela 3 mostra o resultado da relação entre a captura da espécie na “mistura” e no desembarque isolado. Os maiores valores de produção total estimada foram de Corvina (2212 toneladas), Betara (868 t.) e Goete (799 t.), estando as demais categorias abaixo de 100 toneladas. Com relação à estimativa na “mistura”, destacam-se os valores encontrados para a Corvina (292 t.), Betara (226 t.), Gordinho (71 t.), Bicuda (33 t.), Paru (33 t.), Corcoroca (17 t.), Roncador (13 t.) e Enchova (13 t.).

 

            Muitas espécies podem ser consideradas como exclusivas da “mistura”, obtendo um alto percentual de incremento (>90%) quando considerada a produção total. Mas, considerando que estas espécies possam estar sendo capturadas por outras frotas, a pressão sobre o recurso pode estar sendo subestimada.

 

            Entre 1958 e 1962, os percentuais de corvina e goete na produção total chegaram no máximo a 5,69% para a corvina e 0,82% para o goete.14 No estudo atual, estes valores foram de 13,2% para a corvina e 0,78% para o goete. No caso de um recurso como a Corvina, este valor pode representar um aumento expressivo a ser considerado para finalidade de avaliação do estoque.

 

Tabela 3 – Relação do peso total (Kg) das espécies identificadas na “mistura” com os valores da produção como categorias isoladas pela frota de parelha para o período  de junho de 2001 a maio de 2002

Categoria

Espécie da “mistura” amostrada

PM

PEM

PD

%Inc

PE

Corvina

M. furnieri

162,13

292.160

1.920.771

13,20

2.212.931

Betara

M. americanus

125,56

226.257

642.651

26,04

868.908

Goete

C. jamaicensis

3,47

6.248

793.395

0,78

799.643

Gordinho

P. paru

39,30

70.817

500

99,30

71.317

Paru

C. faber

18,11

32.630

7.280

81,76

39.910

Bicuda

S. guachancho

18,23

32.846

2.300

93,46

35.146

Roncador

C. nobilis; D. auratus

7,41

13.344

10.800

55,27

24.144

Galo

S. vomer; S. setapinnis

2,44

4.399

13.824

24,14

18.223

Corcoroca

O. ruber; P. corvinaeformis;

H. steindachneri

9,56

17.228

520

97,07

17.748

Linguado

P. patagonicus; S. micrurum;

S. papillosum

1,41

2.546

10.446

19,60

12.992

Trilha

M. argentinae; U. parvus

1,19

2.137

10.770

16,56

12.907

Enchova

P. saltatrix

6,99

12.589

130

98,98

12.719

Castanha

U. canosai; U. coroides

4,90

8.830

2.000

81,53

10.830

Cabrinha

P. punctatus

4,91

8.855

10

99,89

8.865

Carapeba

D. rhombeus

2,28

4.103

50

98,80

4.153


Onde: PM – peso total amostrado da  categoria na “mistura”; PEM – peso total estimado da categoria na “mistura” desembarcado pela frota de parelha; PD – produção total da categoria desembarcada pela frota de parelha; %Inc – percentual de incremento para a categoria; PE – peso total estimado para frota de parelha (PEM + PD)

 

            Devido aos valores do IRI e do peso obtidos por M. furnieri e M. americanus na categoria, foi realizada uma análise de comprimento a fim de verificar indivíduos abaixo do comprimento médio de primeira maturidade (L50). Para M. americanus, o percentual de indivíduos abaixo do L50=188 mm18 foi de apenas 4,3%, enquanto para M. furnieri 78,6% encontravam-se potencialmente imaturos, considerando o L50=269 mm 19, o que representa de peso 69,4% (201 t.) do total desembarcado na “mistura” durante o período de junho de 2001 a maio de 2002.

 

            Um fator que deve ser levado em consideração nas medidas de avaliação de estoque e ordenamento pesqueiro é a presença de indivíduos imaturos na “mistura”, principalmente para espécies como M. furnieri que, além de ser alvo da frota de parelha, são capturadas por diversas outras frotas.

 

Considerações finais

A avaliação do trabalho como um todo permite concluir que a presença de grande quantidade de espécies de interesse comercial de pequeno porte propiciou que a categoria “mistura” adquirisse maior importância em relação à sua aceitação no mercado consumidor. Isso fez com que muitas vezes a categoria se tornasse alvo das pescarias na falta de um pescado de melhor valor comercial, estabelecendo-se entre as principais categorias de pescado desembarcado pela frota de parelha.

Por fim, a falta de discriminação das espécies na composição da categoria “mistura” gera distorções na estatística pesqueira. Assim, monitoramentos contínuos devem ser realizados no sentido de subsidiar, com melhores informações, medidas de ordenamento pesqueiro e a avaliação dos estoques. 17

 

1 VALENTINI, H. ; CASTRO, P M.G. de; SERVO, G.J. de M.; CASTRO, L.A.B. de.   1991   Evolução da pesca das principais espécies demersais da costa sudeste do Brasil, pela frota de arrasteiros de parelha baseada em São Paulo, de 1968 a 1987.   Atlântica, Rio Grande, 13(1): 87-95.

2 CASTRO, P.M.G. de. 2000. Estrutura e dinâmica da frota de parelhas do Estado de São Paulo e aspectos biológicos dos principais recursos pesqueiros demersais costeiros da região sudeste/sul do Brasil (23º - 29ºS). São Paulo. 261p. (Tese de Doutorado, Instituto Oceanográfico, USP).

3 KOTAS, J.E.   1991   Análise dos desembarques da pesca industrial de arrasteiros de parelha sediados nos municípios de Itajaí e Navegantes (SC) durante o ano de 1986.   Atlântica, Rio Grande, 13 (1): 97 – 105.

4  HAYES, M.L.   1985   Active Fish Capture Methods.   In: Fisheries Techniques. American Fisheries Society, p.123 – 145.

5 VIEIRA, B.B.; CARVALHO, J. de P.; SILVA, A.G. da; BRAGA, A. da S.; RAMOS, F.A.; MAIA, M.M.; BARKERS, J.M.B.   1945   Anuário da Pesca Marítima no Estado de São Paulo, Sec. da Agricultura, Indústria e Comércio. Dept. Produção Animal, 122p.

6 RICHARDSON, I.D.; MORAES, M.N. 1960. A first apprisal of the landings and mechanism of the Santos fishery.   Bolm. Inst. Oceanogr. Universidade de São Paulo, 11 (1): 5-85.

 

7 CASTRO, P.M.G. de; CARNEIRO M.H.; SERVO, G.J. de M.; COELHO, J.A.P.; MUCINHATO, C.M.D.; LIMA, C.E. 1998. Avaliação da importância da categoria “mistura” nos desembarques de arrasteiros de parelha de São Paulo, no período 1990 a 1995 In: Reunião Anual do Instituto de Pesca, 7., 14-17/abr./1998, São Paulo. Resumos: 68.

8  CARNEIRO, M.H.; FAGUNDES, L.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O.; SERVO, G.J.M.   2000a.   Produção Pesqueira Marinha do Estado de São Paulo: 1998-1999. Instituto de Pesca. São Paulo.   Ser. Relat. Téc. 01, 10p. Disponível em: <ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/propesq98-99.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2004.

9 Para chegar aos resultados, foram coletadas amostras mensais da categoria “mistura”, obtidas por meio de visitas aos terminais pesqueiros de Santos e Guarujá, entre junho de 2001 a maio de 2002. Em laboratório, o material foi identificado, sendo registrado o comprimento total (mm) e o peso (g). A partir das informações coletadas foi aplicado o Índice de Importância Relativa (IRI) de PINKAS (1971, apud ZAVALA-CAMIN, 1996), visando categorizar em importância as principais espécies presentes na “mistura”: IRI=%FO(%Pt+%N), onde %FO: freqüência de ocorrência relativa da espécie nos desembarques; %Pt: porcentagem do peso total (g) da espécie em relação ao peso total; %N: porcentagem do número de indivíduos da espécie em relação ao total de indivíduos amostrados. Com os valores absolutos de IRI, pode-se chegar ao percentual por espécie (%IRI) utilizado como parâmetro para as comparações entre as espécies. Apenas as espécies com %FO > 25% foram selecionadas para estudos posteriores. A fim de avaliar a representatividade das espécies em relação aos seus desembarques totais no período, foram utilizadas informações de produção, obtidas pela Unidade Laboratorial de Referência em Controle Estatístico da Produção Pesqueira Marinha do Instituto de Pesca e realizada.

 

10 CARNEIRO, M.H.; FAGUNDES, L.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O.; SOUZA, M.R. de   2000b   Ambientes marinhos explorados pelas frotas pesqueiras de Santos e Guarujá (SP). In: Simpósio Brasileiro de Ecossistemas, 5., Vitória, 10-15/out./2000.    Anais... v.1, p. 83-91

11 CASTRO, P. M. G. de; CARNEIRO, M. H.; SERVO, G. J. de M; MUCINHATO, C. M. D.; SOUZA, M. R.   2003   Dinâmica da pesca de arrasto de parelha do Estado de São Paulo. IN: (Eds.) CERGOLE, M.C. & ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. Análise das principais pescarias comerciais do sudeste-sul do Brasil: Dinâmica das frotas pesqueiras. Programa REVIZEE/MMA/SECIRM/FEMAR. p. 65-115.

12 COELHO, J.A.P.; CASTRO, P.M.G. de; SALLES, R.; MIRANDA, D.B.   1995   Aspectos quali-quantitativos da categoria “mistura” nos desembarques da frota de parelhas de Santos. In: Encontro Brasileiro de Ictiologia Pontifícia Universidade Católica de Campinas – ICB, 11., 06-10/fev./1995, Campinas - SP. SBI/PUCCAMP/Petrobrás. Resumo: 12-13.

13 YAMAGUTI, N.   1985   Projeto “Mistura”: estudo da “mistura” sob aspecto qualitativo e quantitativo. 36ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. 4-11/jul./1984. São Paulo, USP. Resumos: 687.

14 NOMURA, H.   1965   On the species composition of the trash fish landed at Santos, South Brazil. Anais Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, 37 (Suplementos): 240-6.

15 CASTRO, P.M.G. de; COELHO, J.A.P.; LIMA, C.E. de; MUCINHATO, C.M.D.   1996   Composição e importância das espécies de peixes que compõem a categoria “mistura” nos desembarques de parelha de Santos (SP) para o ano de 1994. In: Simpósio de Oceanografia, 3., 1996, São Paulo.   Anais... São Paulo: IO/USP. Resumos:111

16 SOUZA, M.R. de; QUIRINO-DUARTE, G.; CARNEIRO, M.H.; MUCINHATO, C.M.D.; SERVO, G.J. de M.   2003   Composição da Categoria “Mistura” capturada pelas frotas pesqueiras de arrasto desembarcadas em Santos e Guarujá, SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS AMBIENTAIS E SAÚDE, 3., 21-23/jul./2003, Santos-SP. 1 CD-ROM. p.91 – 94.

17 ESTATÍSTICA PESQUEIRA. 2004 In: Instituto de Pesca/APTA/SAA/SP. Pesquisa Online. Disponível em: <http://www.pesca.sp.gov.br/estatistica/index.php>. Acesso em: 13 ago. 2004.

18 TUTUI, S.L. dos S.; BASTOS, G.C.C.; TOLEDO, F.G. de; BRAGA, F.M. de S.   2004   Aspectos reprodutivos da betara (Menticirrhus americanus) capturada pela pesca dirigida ao camarão-rosa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OCEANOGRAFIA, SEMANA NACIONAL DE OCEANOGRAFIA, 16, 10-15/out./2004, Itajaí-SP, Resumos. p.95.

19 CARNEIRO, M.H.; CASTRO, P.M.G. de; TUTUI, S.L. dos S.; BASTOS, G.C.C.   2005   Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) – Estoque Sudeste. In: Análise das principais pescarias comerciais da região sudeste-sul do Brasil: Dinâmica populacional das espécies em explotação (Eds. CERGOLE, M. C.; ÁVILA-DA-SILVA, A. O.; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C. L. del B.) São Paulo.   Série Documentos Revizee: Score Sul. p. 94 – 100.

*A versão completa deste artigo foi publicada no Boletim do Instituto de Pesca, V. 33, n.(1), 2007.
 
Artigo também publicado no site da APTA - www.apta.sp.gov.br


Marcelo Ricardo de Souza

mrsouza@apta.sp.gov.br

Pesquisador do APTA Pólo Extremo Oeste

 

Marcus Henrique Carneiro

mcarneiro@sp.gov.br

Pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA)

 

Gustavo Quirino-Duarte

copere@ig.com.br

Pesquisador da ONG Central de Orientação Desenvolvimento e Apoio da Pesca Responsável

 

Gilberto José de Melo Servo

gilbertoservo@pesca.sp.gov.br

Pesquisador do IP-APTA



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte


Dados para citação bibliográfica(ABNT):

SOUZA, M.R. de; CARNEIRO, M.H.; QUIRINO-DUARTE, G.; SERVO, G.J.M. Caracterização da “mistura” na pesca de arrasto de parelha no Estado de São Paulo. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_3/PescaArrasto/index.htm>. Acesso em:


Publicado no Infobibos em 10/09/2008

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